quinta-feira, 25 de julho de 2013

Doping: inimigo da saúde e da ética estimula o câncer e provoca morte

Furosemida, oxilofrina e eritropoietina são velhos rivais da qualidade de vida dos esportista, mas estão em alta no meio profissional e nas academias Nestes tempos está acontecendo de tudo, desde o confirmado doping continuado do ciclista Armstrong à triste surpresa dos velocistas Asafa Powell e Tyson Gay, pegos em flagrante com estimulante. Também tivemos atletas brasileiros pegos no doping. Como você, esportistas de boa fé, encara essa corrupção esportiva? Para não deixar dúvidas quanto às composições proibidas, a Agência Mundial Anti Dopagem (WADA) estabelece no início de cada ano quais substâncias ou equipamentos podem modificar a performance de um atleta de modo irregular e obscuro e, portanto, serão consideradas proibidas. doping eu atleta (Foto: Getty Images)Substâncias proibias são os maiores rivais da saúde e da qualidade de vida dos atletas (Foto: Getty Images) As desculpas, geralmente esfarrapadas, não resistem a um dia de negação do fato. Com a Copa do Mundo chegando e a Olimpíadas se avizinhando, querem nos fazer perder a credibilidade no esporte. O uso do estimulante oxilofrina é o doping “da moda”, já o diurético furosemida é o mais usado para mascarar o consumo de anabolizantes no exame de urina, os velhos inimigos da saúde e da ética. Existem ainda as substâncias que trazem embutido o risco de Câncer nos usuários anabolizados, mesmo os eventuais. A eritropoietina (EPO), por exemplo, aumenta a quantidade de glóbulos vermelhos. O esportista do EU ATLETA, em geral um corredor amador, perguntaria: o que tenho com isso? Amigos, filhos e parentes que se animam com o esporte regular podem achar que, mesmo sendo pegos, valeria a pena! Temos que ser duros e não ter complacência com os corruptos. Nada de contaminação ou coisa parecida, nada de tratamentos alternativos: os coitadinhos que foram enganados pelo treinador ou fisioterapeuta - declaração do Tyson Gay - deveriam ser esquecidos para sempre. No último mês, soubemos de duas mortes em academias brasileiras, fato não raro, mas ferozmente escondido. Estas e outras mortes súbitas de jovens em academias devem ser prontamente esclarecidas com necropsias sérias, para que nós, médicos, possamos trabalhar para evitar que não voltem a acontecer. Em uma das mortes, em uma academia de Juiz de Fora, Minas Gerais, conseguiram que um médico amigo preenchesse o atestado de óbito com diagnóstico de infarto do miocárdio, doença rara em um jovem. Na outra, em Florianópolis, Santa Catarina, o lutador campeão de jiu-jítsu foi levado para a necropsia ainda sem laudos finais. Como lição dos casos, o atestado médico não tem validade após aquele dia em que foi examinado, atestados não são um seguro de saúde. O fato de ser jovem não imuniza o adepto contra os riscos dos exageros físicos, dos energéticos e mesmo de alguns vegetais como o Tribulus e os suplementos que prometem elevar o metabolismo de gordura ou gasto calórico, proibidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A globalização das informações impede que as más condutas se escondam. A corrupção pode ser combatida por denúncias e pelas averiguações de doping, sem dia e sem hora, na pista ou na casa do atleta. Chega de desmandos dos políticos e de atletas, o novo Brasil está nas ruas e em breve nas urnas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A hipertrofia muscular é resultado de treino e correta ingestão de proteínas

Saiba quando os suplementos são necessários e a melhor forma de utilizar whey protein, caseína, albumina e aminoácidos essenciais, como o BCAA O aumento da massa muscular ocorre como conseqüência do treinamento, assim como a demanda protéica. A ingestão proteica deve ser obtida por uma dieta normal e variada, sendo a suplementação uma forma prática e segura de adequar sua ingestão de boa qualidade e a biodisponibilidade de aminoácidos, para as necessidades aumentadas de um atleta em treinamento e competição. O horário e tipo de suplementação vai depender da fase de treinamento, intensidade e duração, para recuperação muscular. Para indivíduos sedentários, recomenda-se a ingestão de 0,8g de proteína por kg/dia. Já indivíduos ativos, com a ingestão de 1,2 a 1,4g por kg/dia, teriam sua demanda atendida. Visando à hipertrofia muscular, atletas ou não teriam suas necessidades atendidas com o consumo máximo de 1,8g de proteína por kg/dia contempladas perfeitamente em uma alimentação equilibrada, salvo situações especiais. Estudos recomendam que o uso dos suplementos proteicos, como a proteína do soro do leite, caseína ou a albumina da clara do ovo, deve estar de acordo com a ingestão proteica total. O consumo adicional desses suplementos proteicos acima das necessidades diárias (1,8g/kg/dia) não determina ganho de massa muscular adicional, nem promove aumento do desempenho, pelo contrário, podem levar a problemas renais e o excesso de proteína ser armazenado na forma de gordura. A ingestão de proteínas após o exercício físico de hipertrofia favorece o aumento de massa muscular quando combinado com a ingestão de carboidratos. Para isso, precisa ser consumida num prazo de até 2 horas após o treino. A dose recomendada é de 10g de proteínas e 20g de carboidratos (presença da insulina, que é um hormônio anabólico, favorece a absorção dos aminoácidos). Utilizar no máximo 25g de proteína como suplementação por refeição. Pode ser utilizada suplementação protéica também antes de deitar, para potencializar sua ação no repouso, favorecendo a recuperação e o crescimento muscular. Os aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína. Em humanos saudáveis, nove aminoácidos são considerados essenciais, uma vez que não podem ser produzidos pelo organismo e devem ser ingeridos por meio da dieta. Aminoácidos de Cadeia Ramificada / BCAA Dentre os aminoácidos essenciais, estão os três aminoácidos de cadeia ramificada (ACR ou BCAA) leucina, valina e isoleucina. Eles possuem efeitos terapêuticos, podendo atenuar a perda de massa magra durante a redução de massa corporal; favorecem o processo de cicatrização; melhoram o balanço protéico muscular em indivíduos idosos; e propiciam efeitos benéficos no tratamento de patologias hepáticas e renais. Em relação ao exercício físico, supõe-se que esses aminoácidos estejam envolvidos na fadiga central, no balanço protéico muscular, na secreção de insulina, na melhora do sistema imune, no aumento da performance de indivíduos que se exercitam em ambientes quentes, e na diminuição do grau de lesão muscular. Mas os estudos ainda são contraditórios. Dados epidemiológicos e experimentais sugerem que o exercício moderado aumenta a imunocompetência, ou seja, melhora o sistema imune, enquanto o treinamento intenso e após um evento competitivo aumenta a incidência de infecções do trato respiratório superior (ITRS). Os BCAAs podem atuar como precursores da síntese de glutamina no tecido muscular (a glutamina melhora o sistema imune). Alguns estudos têm avaliado também a efetividade da suplementação com BCAA para manter a concentração plasmática de glutamina e modificar a resposta imune frente ao exercício de endurance exaustivo. Creatina A creatina tem sido apontada como o suplemento nutricional de maior eficiência na melhora do desempenho em exercícios de alta intensidade e no aumento de massa muscular. Já seu uso como recurso ergogênico em atividades físicas prolongadas não encontra nenhum suporte na literatura científica. Não existem evidências que sua utilização melhora a performance na prática de atividades aeróbias. A escolha do suplemento (whey protein, caseína, BCAA, creatina ou outros) vai depender do objetivo, fase e periodização do treinamento, ingestão alimentar e rotina

BCAAs podem atenuar a perda de massa magra na redução de peso

Aminoácidos leucina, valina e isoleucina melhoram o balanço protéico muscular e beneficiam o tratamento de patologias hepáticas e renais Nove aminoácidos são considerados essenciais, não podem ser sintetizados pelo organismo, precisando ser ingeridos através da dieta. Entre eles estão os três aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) leucina, valina e isoleucina. Os BCAAs podem atenuar a perda de massa magra durante a redução de massa corporal (perda de peso), favorecer o processo de cicatrização, melhorar o balanço protéico muscular em idosos e propiciar efeitos benéficos no tratamento de patologias hepáticas e renais. A ingestão de aminoácidos essenciais após o treino intenso, adicionados a soluções de carboidratos, determina maior recuperação do esforço seguido de aumento da massa muscular. Papel dos BCAAs no exercício físico: - o consumo de BCAA promoveria a manutenção da concentração de glutamina pós-exercício que estaria envolvida na atenuação da imuno-supressão observada após o término do exercício, melhorando o sistema imunológico. Durante exercícios de resistência, há uma diminuição dos níveis plasmáticos de glutamina, cuja função principal é servir de fonte de energia para importantes células do sistema imunológico. Já que os BCAA servem de substrato para a síntese de glutamina, sua administração após o exercício aumentaria as concentrações de glutamina, diminuindo a incidência de infecções nos atletas. - redução do catabolismo protéico durante o exercício e maior recuperação muscular. Segundo o estudo de 2006, os BCAAs, particularmente a leucina, podem apresentar efeitos anabólicos no metabolismo de proteínas, aumentando a taxa de síntese e diminuindo a taxa de degradação protéica no músculo após o exercício. Os BCAAs apresentam efeitos anabólicos no músculo durante a fase de recuperação, após exercícios de resistência Pode ser indicada a utilização dos BCAAs em provas de longa duração como na maratona e triatlo para minimizar a degradação protéica e maximizar a recuperação muscular. Os efeitos da suplementação com BCAA no desempenho esportivo ainda são discordantes, precisando de mais estudos. A suplementação deve ser indicada por nutricionistas e médicos, de acordo com o objetivo, exercício físico realizado, período de treino e estado clínico e nutricional do indivíduo.

Creatina: suplemento nutricional deve ser utilizado com acompanhamento

Produzido por fígado, rins e pâncreas, o nutriente armazena energia e sustenta as contrações musculares em exercícios de força, potência e velocidade Os suplementos nutricionais ainda são considerados produtos sujeitos a muitas controvérsias, principalmente por falta de informações. Podemos considerar que esta é uma área de conhecimento que carece de mais esclarecimentos, baseados em evidências científicas confiáveis, que até existem, mas são pouco divulgadas. Certamente, o suplemento nutricional mais polêmico é a creatina que, por falta de esclarecimento, chegou até a ter sua comercialização proibida pela própria ANVISA. Vale lembrar que esta proibição já foi revogada há alguns anos. A creatina na realidade é um nutriente. É uma substância produzida no nosso organismo pelo fígado, rins e pâncreas. Sua molécula é sintetizada a partir de três aminoácidos: arginina, lisina e metionina. Não é medicamento, como muitos chegaram a considerar. A creatina está presente nas células e armazena energia, sustentando as contrações musculares mais vigorosas, principalmente em exercícios de força, potência e velocidade. Como se armazena nos músculos, faz parte da dieta, estando presente na carne bovina, aves e peixes. Em cada 100 gramas de carne bovina, encontramos aproximadamente 0,5 gramas de creatina. Como funciona Nesta última década, vários trabalhos científicos foram publicados relatando os efeitos e explicando o mecanismo de ação da suplementação de creatina. Inúmeros estudos mostraram que a suplementação de três gramas diárias de creatina, quando associada com programa de exercícios de força, promovia aumento da sua concentração dentro das células musculares em uma média de sete entre dez usuários. Este aumento da creatina dentro das células melhora a gênese de energia, aumenta o volume das células por entrada de água, estimula a síntese de proteínas musculares, aumentando a massa muscular com consequente aumento da força. Tal efeito pode trazer um benefício importante não só para atletas, como para melhoria da qualidade de vida, podendo contemplar até as pessoas idosas, nas quais a perda de massa muscular é um dos grandes problemas do envelhecimento, predispondo a quedas e perda de autonomia. Recomendações É importante destacar algumas considerações a respeito do uso da creatina: - Deve ser sempre orientada por profissional da área; - Só tem efeito quando associada a programa de exercícios; - O abuso da dose pode provocar problemas. A dose recomendada é de três gramas diárias; - Recomenda-se que seu uso respeite ciclos de administração para evitar a supressão da síntese da creatina pelo próprio organismo; - Portadores de qualquer problema de saúde só devem utilizar com orientação médica.

Após treinos longos, isotônicos são usados para repor micronutrientes

Indicadas quando há perda de glicose e sais minerais, as bebidas isotônicas não devem ser confundidas com água. Suas funções vão além da hidratação Repor as energias rapidamente. Assim pode ser descrita, resumidamente, a principal função das bebidas isotônicas. Estas possuem concentração semelhante aos fluidos corporais, de forma que podem ser transferidas, facilmente, para a corrente sanguínea, repondo perdas causadas por transpiração excessiva ou diarréia. Os repositores hidroleletrolíticos têm se tornado o suplemento mais consumido por praticantes de atividade física. Funções importantes São bebidas isotônicas a água de côco, o soro caseiro e os industrializados líquidos coloridos de sabor forte vendidos em garrafinhas de plástico e distribuídos em copinhos em grandes corridas. Mas, corredor, é bom ficar atento. Nem sempre o seu consumo é recomendado. Palavra da especialista "Toda atividade física faz com que o organismo perca água, mas nem sempre é necessária a reposição de glicose e sais minerais. Para corredores de 10km e até uma hora de corrida não há necessidade da utilização de bebidas isotônicas. Em corridas acima de uma hora, como, por exemplo, as 10 milhas (16 km), meia maratona ou maratona há necessidade do uso de isotônicos" Cristiane Perroni, nutricionista do EU ATLETA. Recomendações A nutricionista também aponta que a função deles é repor a perda de eletrólitos, como o sódio, o potássio, entre outros, também a perda de água e de glicose, retardando, assim, a fadiga muscular, a hipoglicemia e a hipotensão. Mas nada de consumir sem indicação, afinal, isso pode causar alteração de pressão, já que se estaria consumindo micronutrientes em excesso. Hidratação é feita com muita água e, quando for necessária a reposição, aí sim, entra o isotônico. E se está na dúvida se vai beber o de frutas cítricas ou de limão, não se preocupe, os diferentes sabores não interferem no efeito da bebida. Escolha o que agrada mais o seu paladar e fala boas corridas!

Melhora da aptidão física na infância reduz o sobrepeso na adolescência

Segundo pesquisa, este seria um benefício a ser incorporado para a vida adulta, o que enfatiza a importância da prática de exercícios para crianças Um estudo fruto da parceria de vários laboratórios europeus foi publicado recentemente na revista oficial do Colégio Americano de Medicina Esportiva. No trabalho realizado, 600 crianças, meninos e meninas, de 8 a 10 anos com peso normal foram acompanhadas durante um período de seis anos para identificar fatores que durante a infância determinam o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na adolescência. Foram analisados fatores como aptidão física, fatores demográficos e educacionais, além da herança de sobrepeso paterno. Todas as crianças passaram por testes de avaliação de aptidão física no início e no final do estudo e tiveram monitorados seus índices de massa corporal (IMC) para diagnóstico de sobrepeso e obesidade. Nas conclusões obtidas no estudo foi constatado que os meninos apresentavam maior incidência de sobrepeso e obesidade que as meninas. Foi também observado que não havia influencia do nível educacional dos pais no ganho de peso dos filhos. Como seria de esperar, o maior IMC dos pais também representava um fator de maior prevalência de obesidade nos filhos, caracterizando a influencia da herança genética. Entretanto, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foram os resultados obtidos a respeito da influencia da melhora da aptidão física na prevenção da obesidade. Muito mais do que a influencia do sexo, nível educacional ou herança genética, a melhora da aptidão física foi o fator que mais interferia na prevenção da obesidade. As crianças que mostraram melhora da aptidão física durante o intervalo do estudo, fruto de um estilo de vida mais ativo, foram literalmente “blindadas” do ganho excessivo de peso. Segundo os pesquisadores este seria um benefício a ser incorporado para a vida adulta, o que enfatiza a enorme importância do estímulo à prática de exercícios para crianças já durante a infância, representando um verdadeiro legado a ser usufruído pelo resto da vida.

Estudo afirma que exercícios físicos regeneram células-tronco do coração

Pesquisa inglesa da Universidade John Moors comprovou, em teste feito com ratos, que as atividades promovem um aumento de 60% nas célulasUm estudo realizado em Londres descobriu que a prática de atividades físicas auxilia na regeneração das células-tronco do coração. Isso significa que é possível ter um coração mais jovem do que a própria idade. É uma maneira saudável de driblar o tempo. A relação entre o exercício físico regular e o coração já vem sendo estudada em diversos países. A professora inglesa Georgina Allison, que comanda uma equipe na Universidade John Moors, em Liverpool, propôs uma rotina de duas semanas de exercícios físicos a um grupo de ratos de laboratório e descobriu que eles tiveram um aumento de 60% nas células-tronco do coração, que estavam adormecidas e foram despertadas com a prática. - As células-tronco produzem células musculares e vasculares. Se você não está praticando exercício físico, você tem um menor número de células e menos células ativas para realizar um trabalho. Trabalhando no King´s College de Londres, a professora continua os estudos para saber se a relação é a mesma no coração dos seres humanos. - Estudamos pessoas que tiveram ataques cardíacos. Submetemos os pacientes a exercícios físicos e tentamos estabelecer uma relação entre as células-tronco e a redução da área infartada – afirmou Allison. Para regenerar as células-tronco, não é preciso ser maratonista. Bastam 30 minutos de exercício aeróbico por dia, de preferência intervalados, com picos de esforço e períodos de recuperação. - Eu corro e desde que descobrimos os efeitos do treino intervalado, mudei minha rotina de exercícios – disse a pesquisadora. No Brasil, existem oito centros de tecnologia celular que também estudam as células-tronco. O cientista e professor Stevens Refen potencializa a opinião dos benefícios causados pela prática regular de esportes. - A partir do momento em que você descobre que uma atividade física é capaz de regenerar o coração, você pode ter um coração novo, apesar da sua idade, dependendo do exercício físico que você fizer. Na mesma linha deste estudo de Liverpool, há um outro americano que analisa o impacto dos exercícios físicos, não no coração, mas no cérebro: há duas regiões no cérebro, que se chamam hipocampo, responsáveis pela formação da memória. Esse estudo indica que o exercício físico faz com que a pessoa consiga gerar novos neurônios. Não há nada mais importante do que essas provas para justificar a boa prática de esportes - finalizou Refen. E você? Ainda está tentando arrumar uma motivação para levantar do sofá? Mexa-se!

Dados científicos apontam para os problemas do uso de anabolizantes

O nosso artigo da última semana sobre uso irresponsável de anabolizantes, como era de se esperar, causou um furor agressivo de alguns. Depois de análise fria, decidimos manter a luta que não é só nossa, mas da Medicina contra usos e abusos de medicamentos anabolizantes por jovens, desinformados e certamente enganados por colegas e vendedores pela internet. Com afirmações de que o uso controlado não traria problemas, vendem até óleos veterinários para aumentar a massa muscular de humanos. Vamos aos dados científicos, segundo os médicos pesquisadores Parkinson AB e Evans NA, no artigo “Anabolic androgenic steroids: a survey of 500 users” publicado no Med Sci Sports Exerc 2006: temos informação dos seguintes efeitos colaterais: atrofia testicular (63,6%); acne (63,4%); insônia (51,2%); estrias (44,4%); alteração do humor (42,8%); disfunção sexual (24,6%); ginecomastia (23%). Anabolizantes eu atleta (Foto: Agência Getty Images)Uso de anabolizantes para ganhar músculos gera problemas para a saúde (Foto: Agência Getty Images) A pesquisa de Ebenbichler CF, Sturm W, Ganzar H et al. “Flow-mediated, endothelium-dependent vasodilation is impaired in male bodybuilders taking anabolic androgenic steroids. Atherosclerosis 2001”, é assustadora. Mostra que o uso indevido e de não indicação médica com o passar das semanas aumenta o risco de aterosclerose por elevação do colesterol ruim LDL para níveis acima de 180mg% (ideal ao redor de 100 a 120 mg%), diminuição importante do colesterol protetor HDL para níveis próximos de 15mg% (normal acima de 40 mg%) e outra pesquisa de Sullivan ML e colaboradores “The cardiac toxicity of anabolic steroids. Prog Cardiovasc Dis 1998” mostrou que o PCR ultra sensível (marcador de forte inflamação celular) aumenta até três vezes mais que o normal (300% a mais). Além disso, a retenção hídrica e de sódio gera o desenvolvimento de hipertensão arterial com suas consequências patológicas cardiovasculares e lesões renais. Outra fonte de informações da gravidade do uso é o site www.steroid.com que indicou outros efeitos relatados nas pesquisas médicas: cistos hepáticos hemorrágicos, arritmias cardíacas, retardamento ou abolição do crescimento por ação nas epífeses ósseas e calvície. Como não acreditam que ocorreram mortes de atletas usuários aqui estão três que já foram divulgadas: fisiculturista alemão Munzer e jogadores de futebol americano: Korey Stringer e Eraste Autin. Efeitos psíquicos dos anabolizantes em indivíduos inicialmente sadios: - 25% dos indivíduos sofriam de algum tipo de transtorno de humor, desde mania e transtorno bipolar até depressão profunda Pope e Katz, (1994). - Ocorreu correlação entre uso de esteroides anabolizantes e um decréscimo na tolerância à frustração ou performance pobre. Daigle (1990) - Comparação entre jovens atletas usuários e não usuários de anabolizantes mostraram uma maior agressividade, maior impulsividade e menor cooperatividade do primeiro grupo em relação ao segundo grupo Lise (1999) - Uso de anabolizantes levam a atos agressivos em geral, mudanças súbitas de temperamento, síndromes comportamentais, aumento da irritabilidade, raiva e hostilidade, ciúme patológico, alterações da libido segundo Silva e colaboradores (2002)Bem, o esclarecimento para que se evite o uso de esteroides anabolizantes continua e esperamos que os responsáveis e familiares de prováveis usuários os ajudem, apenas esclarecendo os riscos inúteis e graves a que se submetem. Para uma boa forma corporal, o treinamento por profissional e orientação nutricional são perfeitamente suficientes.
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