terça-feira, 6 de novembro de 2012

O efeito do exercício sobre o trato gastrointestinal

O exercício predominantemente aeróbio e de longa duração, como aquele executado por maratonistas, triatletas e ciclistas, pode provocar sintomas gastrointestinais. Inúmeros estudos afirmam que de 20 a 50% da população, praticantes de esportes de longa duração, apresentam pelo menos um sintoma. Os sintomas são divididos em superiores (vômitos, náuseas e pirose retroesternal - azia) e inferiores (diarréia, cólica abdominal, perda de apetite, sangramento, aceleração dos movimentos intestinais e vontade de defecar). A causa dos sintomas gastrointestinais durante o exercício é multifatorial e inclui a redução do fluxo sanguíneo intestinal, a liberação de hormônios gastrointestinais, o estresse mecânico sobre o trato gastrointestinal, a desidratação, os fatores psicológicos, o sexo (mais comum em mulheres), a dieta e o nível de treinamento do indivíduo. Os indivíduos destreinados ou atletas que retornam ao treinamento após um período de inatividade apresentam maior incidência de sintomas gastrintestinais, principalmente com treinamento de alta intensidade. Quanto à dieta, a ingestão de altas quantidades de suco de laranja, comidas gordurosas, proteínas, vitamina C, bebidas hipertônicas (concentradas) de carboidratos, alimentos ricos em fibras e grandes refeições antes de competição predispõem à manifestação de sintomas gastrintestinais Tratamento e prevenção Algumas medidas podem otimizar a digestão e a absorção dos alimentos durante o exercício e reduzir a ocorrência dos sintomas gastrintestinais: 1) Aumentar apropriadamente o volume e a intensidade do treinamento; 2) Planejar o regime de hidratação durante as sessões de treinamento e a competição (ingerir 200ml de água pelo menos a cada 3Km; 3) Evitar o consumo de soluções hipertônicas (concentradas) de carboidratos; indicação do uso das bebidas isotônicas (contém carboidrato, vitaminas e minerais) para evitar a desidratação. As bebidas isotônicas são líquidos que apresentam osmolaridade muito próximo a dos fluidos corporais (280-340 mosmol/kg), sendo rapidamente absorvidos após o consumo. Um líquido pode ser hipotônico, quando sua concentração é menor que a do sangue, hipertônico quando a concentração é maior ou isotônico quando a concentração é igual a do sangue; 4) Evitar o consumo de dieta rica em fibras (granola, aveia, frutas laxativas, folhosos, etc), leite, alimentos gordurosos antes da competição; 5) Ingerir proteínas com moderação antes da competição (queijo magro, frios magros); 6) Evitar altas doses de vitamina C e bicarbonato; 7) Defecar e urinar antes do exercício. O exercício, principalmente o de baixa intensidade, tem efeito protetor sobre o trato gastrointestinal. Alguns estudos indicam uma relação inversa entre a atividade física e as doenças do trato gastrointestinal tais como: o câncer de cólon, a diverticulite, a colelitíase (cálculo na vesícula biliar) e a constipação (“prisão de ventre”). Em relação ao câncer de cólon, existem evidências consistentes de que homens e mulheres fisicamente ativos apresentam uma redução de cerca de 50% do risco de desenvolverem câncer de cólon.

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